sexta-feira, 23 de março de 2012

Desabafo

        Corações se tornam tão dependentes quando se mostram... Acabam que ao se mostrarem vulneráveis a outro, se acham no direito de cobrar atenção, que todo ser humano precisa por ser naturalmente solitário e carente; no direito de brincar num 'joguinho' de “ se você contar que sou carinhoso e tenho coração, também te exponho”; no direito de cobrar reciprocidade. Daí tudo vai sendo feito a partir do medo. Até que, ao se cansarem de ser tão “imortais”, começam eles mesmos a se mostrarem tão frágeis e amantes, a todos.
         É perceptível nos olhares, que sintonizam a mesma frequência e que somem com tudo ao seu redor, o sentimento sublime do qual falo. Um olhar tão vidrante, brilhoso e envolvente... Mas se um dos corações se magoa, por uma coisa mínima qualquer, tudo regride. O coração se fecha, torna-se frio, mesmo que momentaneamente. O medo de se mostrar volta. Nesse momento o outro coração se pergunta "onde foi que eu errei?”.
          A "coisa toda" está na percepção do ciclo. Se você quer sair dele, desse martírio profundo, dessa repetição de se envolver, gostar e sofrer, vai ser preciso engolir muita coisa, mesmo sabendo que nunca fará digestão. Só assim o ciclo acaba e o sentimento perpetua-se.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Para não gritar:I TRY!

Caio Fernando, o 'divo' da minha vida, escreveu 'Acabo sempre 
fazendo coisas para não gritar, como contar esta história'.
Então, acabei que, enquanto estava ouvindo uma música, num 
dia confuso, com várias coisas na cabeça, com muito medo em
mim, para não gritar, escrevi algo quer gritasse por mim, em linhas.
Expulsei o medo de mim com lágrimas e palavras rascunhadas.


Essa foi a música linda que me resgatou todo o meu eu, e com ele
todo meu medo.
http://www.youtube.com/watch?v=ZFMzEfEWe8o




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I try.


          A gente fez planos de ser um casal saudável, mas as mentiras que 
um de nós contou já deixou tudo apodrecendo aos poucos. Perdendo o brilho.
Mesmo que ‘aquilo’ que dá o tom luminoso e brilhoso, que é o amor, não tenha
acabado, o brilho está se perdendo. 
          Nos nossos planos também dissemos que seriamos daqueles casais 
que não brigam, mas agora elas são inevitáveis. E depois de uma primeira, 
tudo vira 'costume'; e com a ferida aberta de cada briga, qualquer pequena 
coisa vai doendo do mesmo modo que algo grandioso, pois a ferida ainda está
exposta.
          E aí a gente vai perdendo o brilho e o desgaste vai aumentando, 
o amor vai ficando menor que o medo. Novas perguntas vêem para 
reafirmação de coisas que não precisam ser reafirmadas por ninguém e 
para ninguém. Tudo vai se perdendo. Só resta o nó na garganta; o medo 
eminente de perder.
          Cada ato pra tentar amenizar acaba virando mais motivo pra briga.
E Chega um dia que todos os planos são só recordações.

- Lembra que a gente pensava que seriamos daqueles casais que nunca brigam?
- Lembro. E seria tão bom.
- Seria.
- Errei. Erramos. Fizemos um planos e nem olhamos pra ele. Enquanto estava se 
realizando, nos lembrávamos dele, mas quando tudo se desviou dele, nos esque-
cemos. Pelo desespero, pela dor,talvez.
- É.
- Gostaria de ter sido como nos nossos planos. Seriamos melhores se ainda tivés-
semos um ao outro como tínhamos.
- ...
- Eu te amo sabe, e as vezes isso dói tanto.
- Dói?
- Dói, por eu querer te poupar de todo o resto do mundo, pra ter você bem
 pra mim. Mas as vezes eu não consigo poupar nem a você nem a mim do 
resto do mundo, e aí vem o desgaste e tudo aquilo que já dissemos.
- Também dói em mim...
- Nós desviamos a atenção do que realmente importa, que somos nós, pro que não tem importância. Antigamente a gente se bastava.
- A gente ainda se basta.
- Só quando nós nos temos integralmente. Se isso não acontece, as duvidas e inseguran-
ça são maiores do que tudo. A gente já não se basta. 
- ...
- Sinto sua falta. Preciso desligar.

sábado, 17 de setembro de 2011

Da série CARTAS: Procura-se


     Cartas a uma pessoa muito querida.

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     Pensei muito sobre a pergunta do ultimo sábado(...).
     Quer mesmo saber? Eu não sei, eu só sei da minha busca.
     Estou a procura de algo interior. Não algo interior em ti, ou em mim, mas algo interior partilhável. Algo que seja 1, somente quando for 2. Algo que seja completo só quando for compartilhado. Entende? Busco a unidade de 2.
     Eu não busco ficar ‘maior e melhor’ COM alguém. Sim eu quero crescer, mas interiormente, e AO LADO de alguém. Quero redescobrir o que é passar horas olhando o céu e ver beleza nele, e não achar banal, como tem sido. Quero me emocionar com a beleza das estrelas, por elas me fazerem lembrar a beleza interior de alguém. Quero voltar a me pegar pensando em alguém (como tenho pensado em ti) e me perceber sorrindo, distraída. Quero voltar a ser quem eu era, me resgatar, e com você, vejo que isso, não só é possível, como vai além.
     Você desperta algo bom em mim.
     Que isso não tenha fim.

 Sorriso lindo de quem recebeu a carta. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O infinito somos nós.

         Ainda me pergunto muito sobre o quanto a finitude interfere na vida das pessoas. Acabo por sempre dormir no processo de pensamento-pré-sono. Hoje resisti!
         Enquanto vivemos o infinito somos nós! E só quando não mais estamos aqui, que somos finitos. Entende? Só percebemos nossa finitude quando vemos a finitude do outro tornarsse finita, de vez.
         Quando participamos ativamente e intensamente da nossa finitude, somos infinitos.
         Na verdade, não há nada infinito. Talvez por essa busca do que não tenha fim, final, finitude, tenha esse desejo tão marcado em mim.
         Mas volto a afirmar: somos, na nossa finitude, o infinito.
         Nós, e só nós, somos o infinito que procuramos em tudo. E contra as barreiras da finitude, só muito reconhecimento ao feito na finitude, pra tornar-nos infinitos a todos.
         No mais, o infinitos somos nós.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Da série CARTAS: Duas estrelas.

Escrevo sempre aos meus queridos. Aqui, compartilho com todos os sentimentos em forma de palavras.
Essa é uma carta recente a uma pessoa linda que 'descobri' esse ano.
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Quase nunca reparam o brilho das estrelas. Em particular, olho sempre que posso, e fico deslumbrada com tamanha beleza.

                                                          DUAS ESTRELAS


              Nem sempre todas estrelas são visíveis. Há algumas maiores, de brilho intenso; algumas outras "mirradinhas", que brilham menos; ainda outras, que mal conseguimos enxergar.
              Sinto-me uma pequena estrela, que nem sempre brilha, ou mesmo, que esquece de brihar. Vejo você como uma grande estrela, que brilha muito, mas não sabe do brilho que tem.
              Não me importo em não brilhar  muito, pois ao ver grandes estrelas, miro-me nelas e tento ser melhor. Ao ver estrelas tão brilhantes vejo exemplos. Vejo vida. E não me importo em não brilhar como elas, pois o brilho delas também me fascina.
              Lembro-me agora de um trecho da música 'Brilha onde estiver', da banda O teatro mágico, que diz: brilha onde estiver, faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé. Não posso deixar de pensar em você ao ouvi-la.
              Depois de tanta sintonia, adquirida com a pequena convivência e enorme confiança, sei dos seus sonhos e suas dores, e não posso deixar de te querer sempre bem, sempre forte; querer sempre o seu melhor.
              Que as lagrimas que ousarem cair sejam sua força, sua vontade de viver e ser feliz.
              Que seu brilho nunca se apague; muitos precisam dele e fazem dele um exemplo.
              Que essa nova etapa, que hoje se inicia, seja a melhor, e que se assim for, nunca se acabe.
              Que sempre possamos ter uma a outra, e que isso, seja maior que toda saudade existente e insistente.

               Seja feliz.


Ps.: Obrigada por ser intensidade, sensibilidade, apoio e exemplo.
Te amo.




Aqui os olhinhos da pessoa linda que recebeu a carta *_*

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MEDICINA

    Reparo em todos estudantes de medicina uma grande semelhança: estresse.
    Muitos anos de estudos, antes mesmo da faculdade. Duvidas, medos, incertezas.
    Maior semelhança ainda é da alegria, que nem sei se carregam verdadeiramente, mas que enxergo sempre que falam do ofício, batalhado, estressante, preocupante, mas o ofício certo. Semelhante também a alegria em viver(intensamente), nas poucas horas que lhes restam, depois de tanto tempo reservado à estudos. Há neles um ar de satisfação grande em conhecer tanto o outro e si mesmo; em possibilitar vida a mais vidas; em poder estender a mão. Um ar de vida boêmia, dos intermeds. Um ar de dever cumprido ao pegar o diploma.
    Medicina ainda é inalcançável para muitos mortais, mas concluo que, todo sonho é feito de sacrifícios.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Muita paixão pra pouco coração!


Não é fácil ter que abandonar sem querer.
Não é fácil ouvir ‘queria tanto que você ficasse’, e mesmo assim ter que partir.
Não é fácil saber que o imã te atrai, e mesmo assim tu tem que lutar contra a força que te faz ficar.
Não é fácil ligar, mandar mensagens, procurar, e não achar nada.
Não é fácil querer mais dias, e não ter.
Não é fácil querer proximidade e ter vários quilômetros de distância.

  Eu quero, muito e agora!