Corações se tornam tão dependentes quando se mostram... Acabam que ao se
mostrarem vulneráveis a outro, se acham no direito de cobrar atenção, que todo ser humano precisa por ser naturalmente solitário e carente; no direito de brincar num 'joguinho' de “ se você contar que
sou carinhoso e tenho coração, também te exponho”; no direito de cobrar
reciprocidade. Daí tudo vai sendo feito a partir do medo. Até que, ao
se cansarem de ser tão “imortais”, começam eles mesmos a se mostrarem
tão frágeis e amantes, a todos.
É perceptível nos olhares, que
sintonizam a mesma frequência e que somem com tudo ao seu redor, o sentimento sublime do qual falo. Um
olhar tão vidrante, brilhoso e envolvente... Mas se um dos corações
se magoa, por uma coisa mínima qualquer, tudo regride. O coração se fecha,
torna-se frio, mesmo que momentaneamente. O medo de se mostrar volta. Nesse momento o outro coração se pergunta "onde foi que eu errei?”.
A "coisa toda" está na percepção do ciclo. Se você quer sair dele, desse
martírio profundo, dessa repetição de se envolver, gostar e sofrer, vai
ser preciso engolir muita coisa, mesmo sabendo que nunca fará digestão. Só assim o ciclo acaba e o sentimento perpetua-se.
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